PEDRO CARLOS LOUZADA FONSECA
PROJETO 1
TÍTULO: O bestiário medieval: estudo e tradução seleta do Manuscrito de Aberdeen
DOCENTE RESPONSÁVEL: Pedro Carlos Louzada Fonseca
RESUMO: A Europa medieval cristã primou-se pelo cultivo de um tipo especial de literatura de doutrina e de ensinamentos religiosos vazados na prosa e ilustração, entre simbólica e pragmática, dos chamados livros bestiários. Espécies de tratados de pseudozoologia, o conteúdo imaginário dos bestiários casava os seus propósitos ideológicos a uma ordem política dominante na mentalidade medieval. No seio desse interessante amálgama entre realidade e ficção, de envolvente prosa e impressionantes ilustrações, destaca-se como protótipo do gênero o conhecido Alberdeen Bestiary, um bestiário manuscrito e iluminado preservado na biblioteca da Universidade de Aberdeen (MS 24), produzido na Inglaterra em torno do ano 1200. Com a finalidade de trazer, não só ao público acadêmico mas também aos interessados e estudiosos em geral, este estudo introdutório ao Bestiário de Aberdeen tem o mérito de apresentá-lo acessível em tradução para a língua portuguesa, numa mostra habilmente seleta do seu conteúdo original introduzida por um compreensivo estudo crítico.
LINHA DE PESQUISA: Literatura, História e Sociedade
DATA DE INÍCIO: 01/01/2017
SITUAÇÃO DO PROJETO: Em andamento
NATUREZA DO PROJETO: Pesquisa
PROJETO 2
TÍTULO: Eva e suas filhas na tradição patrística e nas literaturas vernáculas misóginas da Idade Média: Uma introdução antológica
DOCENTE RESPONSÁVEL: Pedro Carlos Louzada Fonseca
RESUMO: O presente projeto de pesquisa visa apresentar, de forma crítico-teórica e antológica, aspectos da visão religiosa da Igreja medieval acerca da mulher, epítome de Eva e suas descendentes, e a disseminação dessa visão em importantes autores das literaturas vernáculas da Idade Média, a exemplo de um Boccaccio e de um Chaucer. Essa visão do feminino, assim contextualizada, será examinada nos mais significativos textos filosóficos e literários latinos produzidos pelos Pais da Igreja dos primeiros séculos do cristianismo, os chamados patristas, e pelo seu legado medieval, verificando-se a sua influência nas literaturas vernáculas do final da Idade Média. O recorte dessa influência, de permeio à da tradição clássica da Antiguidade, será conferido na significação da imagem de Eva e seus desdobramentos simbólicos e significados sancionados pela tradição judaico-cristã, tratando-se, portanto, de uma valoração moral e religiosa de censura do feminino a partir da sua própria natureza e caráter originais. Para se chegar aos termos dessa valoração no contexto da patrística e das literaturas vernáculas da Idade Média, a pesquisa deverá proceder a um levantamento temático das características femininas ditas? Negativas? Devendo-se, nesse sentido, entender o assunto sob a óptica da misoginia. Assim explicada a composição do corpus da pesquisa e o seu tratamento no presente projeto, fica entendido que a pesquisa tem como proposta geral a avaliação critico-teórica e analítica das principais obras da patrística, do seu legado e das literaturas vernáculas acerca da visão das mulheres na Idade Média, a fim de se verificar até que ponto podem ser imputadas nessas obras qualificações negativas às mulheres, tendo em conta o forte peso da tradição na formação ideológica e na ordem política de um sistema derrogatório do feminino
LINHA DE PESQUISA: Literatura comparada e estudos culturais
DATA DE INÍCIO: 01/01/2018
SITUAÇÃO DO PROJETO: Em andamento
NATUREZA DO PROJETO: Pesquisa
PROJETO 3
TÍTULO: A Idade Média no Brasil: O imaginário e o bestiário medieval na cronística portuguesa do descobrimento e da colonização
DOCENTE RESPONSÁVEL: Pedro Carlos Louzada Fonseca
RESUMO: O presente projeto de pesquisa tem como assunto o estudo da chamada cronística portuguesa do descobrimento e da colonização do Brasil e a sua recepção da Idade Média representada por formas do seu imaginário e pelo bestiário medieval. Sem se constituir como produção criativa estatuída pelo tratamento estético, portanto, como literatura em seu sentido estrito, esse tipo particular de historiografia, tradicionalmente conhecida por literatura de viagens e de informação, foi produzida nos séculos iniciais do período colonial brasileiro. O foco do estudo consiste na identificação, nesse tipo de cronística histórica, de ocorrências do documental como um registro do real que se caracteriza por ter a sua representação influenciada por formas e motivos do imaginário e da ficcionalidade. E essa influência do imaginário ocorre devido ao estranho, inédito e inusitado das realidades encontradas que precisavam ser descritas, relatadas e informadas. A fim de justificar esse posicionamento crítico-teórico, o estudo apoia-se no ponto de vista da teoria que defende a existência de uma inter-relação entre história, imaginário e ficção. Da imensa gama de construções e de formações do imaginário, que ricamente compõem o pensamento e a literatura dos longos séculos da Idade Média, o presente projeto de pesquisa tem como hipótese a ser constatada o fato de que a cronística dos primeiros séculos da colonização do Brasil apresenta-se plausivelmente influenciada por uma das mais expressivas fontes do imaginário medieval empregada para auxiliar na representação da realidade natural e etnoantropológica das novas terras descobertas. Trata-se do repositório da zoologia pseudocientífica, figurativa e simbólica dos chamados livros bestiários medievais, cujos espécimes foram transfigurados, no seu percurso migratório para o Novo Mundo, para servirem à representação não só da novel, insólita e prodigiosa fauna brasileira colonial, mas também das gentes nativas descobertas e colonizadas, as quais sofreram um verdadeiro processo de animalização. Entretanto, essa transferência de imagens e de modelos buscados no bestiário medieval não se fez simplesmente para satisfazer disposições lúdicas e o gosto pelo fantástico e inusitado, mas também ocorreu para atender a propósitos ideológicos e de ordem política ligados à intenção de promoção e de propaganda das novas terras descobertas. É com base nesses pressupostos iniciais que o presente projeto de pesquisa propõe examinar a cronística portuguesa sobre o Brasil dos primeiros séculos coloniais, a partir da Carta de Pero Vaz de Caminha, passando pela obra de Gabriel Soares de Sousa, Pero de Magalhães Gandavo, Fernão Cardim, Manoel da Nóbrega, Vicente do Salvador, Ambrósio Fernandes Brandão e Simão de Vasconcelos.
LINHA DE PESQUISA: Literatura, História e Sociedade
DATA DE INÍCIO: 01/08/2018
SITUAÇÃO DO PROJETO: Em andamento
NATUREZA DO PROJETO: Pesquisa