MARCO ANTONIO ALMEIDA RUIZ
GRUPO DE PESQUISA (LÍDER)
Grupo de Estudos de Teorias do Discurso - GETED
Cadastrado no CNPq: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/4520354322326766
PROJETO 1
TÍTULO: Discurso e(m) redes digitais: caminhos para a construção de uma web-memória do discurso no/do Brasil
DOCENTE RESPONSÁVEL: Marco Antonio Almeida Ruiz
RESUMO: Este projeto de pesquisa, inscrito nos pressupostos teóricos da análise do discurso de matriz francesa, em especial nos conceitos desenvolvidos por Michel Pêcheux (2008, 2010) e seu grupo, tem como objetivo observar os efeitos de sentidos criados com a emergência de memoriais virtuais que ressignificam o acontecimento da pandemia de Covid-19 no Brasil. Ou seja, tais memoriais constituem-se como acontecimentos discursivos capazes de restaurar e ressignificar novas memórias sobre o morrer, (re)contando-as por meio da arte e da resistência, além de desregular os implícitos e já ditos cristalizados por práticas sociais numa memória social. Ademais, nossas observações têm refletido para a construção de um campo de estudos linguísticos e discursivos no Brasil, isto é, durante muito tempo, a linguística em nosso país desenvolveu-se, basicamente, a partir das reflexões empreendidas de modelos teóricos europeus e norte-americanos, cujo objetivo era eleger (ou importar) uma certa visão sobre a língua e aplicá-la sobre os dados em português. Atualmente, a nossa linguística – linguística do Brasil – talvez, mais madura e estabelecida, conta com modelos próprios que tomam a linguagem como objeto de sua reflexão. Não se trata, pois, de ressaltar uma ou outra teoria, levantando seus pontos positivos ou negativos, mas de reconhecer que pesquisadores brasileiros beberam da fonte estrangeira, adaptando e aproveitando da melhor maneira o que havia de bom. Em relação ao campo dos estudos do discurso, vemos constantes reformulações e proposições teóricas que podem ser pensadas à moda brasileira, tais como a Semiótica da canção, proposta por Luiz Tatit (2007); a Teoria do silêncio, de Eni Orlandi (2007), a Semântica do acontecimento, proposta por Eduardo Guimarães (2005); a Teoria dos estereótipos básicos e opostos (2010), de Sírio Possenti, entre outras. Com efeito, tais teorias, apesar de tomarem o discurso como objeto de observação, constroem o seu objeto teórico de maneira bem diferente. A visada discursiva permite que alguns dos temas da História das Ideais Linguísticas, como conceitos, obras e teorias, recebam um certo tratamento quando analisados pela ótica da análise do discurso. Da mesma forma, acontece com as teorias brasileiras de discurso, não basta apenas descrevê-las e identificá-las a partir das diferentes inscrições dos sujeitos autores-narradores na história, mas de compreender os processos de sua emergência ao longo da história do discurso, observar a sua ocorrência em determinadas circunstâncias socioculturais, elencando fatores internos e externos – enquanto redes – que estimulam a construção de uma prática em um espaço bastante plural e heterogêneo.
LINHA DE PESQUISA: Língua, texto e discurso
DATA DE INÍCIO: 25/08/2021
SITUAÇÃO DO PROJETO: Em Andamento
NATUREZA DO PROJETO: Pesquisa